quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Advogados pedem habeas corpus de integrantes de banda de pagode NEW HIT

Nove pessoas da banda New Hit estão detidas no presídio em Feira. Polícia investiga denúncias de estupros ocorridos após show em micareta.


Os advogados dos integrantes da banda de pagode New Hit, que são suspeitos de estuprarem duas adolescentes na cidade de Ruy Barbosa, a cerca de 300 km de Salvador, entraram com o pedidos de habeas corpus no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), protocolados na terça (4) e nesta quarta-feira (5). Ainda não há previsão sobre quando será proferida a decisão judicial, que pode acatar ou negar o pedido.

O advogado Leite Matos, que representa um dos membros da banda, disse que inseriu na petição o depoimento de uma testemunha que afirmou à polícia que não houve estupro. Todos os suspeitos, entre vocalista, músicos, um produtor e assistentes, estão detidos no presídio de Feira de Santana, a 100 km da capital.

O diretor do presídio Edmundo Memeri destaca que o grupo é tratado de forma igualitária em relação aos outros detentos. “Eles acordam antes das 7h, às 8h30 saem para tomar banho de sol no pátio. Depois retornam para almoçar no pavilhão, saem e voltam do banho de sol às 16h”. Segundo ele, os pagodeiros estão divididos em quatro celas, com cerca de 9m² cada e recebem três refeições por dia.

A visitação de familiares acontece às quinta-feiras e aos domingos, das 9h às 16h. Visitas íntimas estão liberadas, desde que os parceiros estejam cadastrados no sistema do presídio. Uma sala é reservada para os encontros, com horários pré-definidos. Na segunda-feira (3), a Justiça da Bahia negou o pedido o relaxamento da prisão ou liberdade provisóriados presos, ingressado pelo advogado Kléber Machado.

Investigação
A polícia de Ruy Barbosa já começou a ouvir os depoimentos das testemunhas envolvidas no caso dos integrantes da banda New Hit. Deve sair em até 15 dias o resultado do exame que vai identificar o material genético encontrado nas roupas das duas adolescentes, que possuem 16 anos.

Os resultados dos exames de corpo de delito confirmam que as duas garotas de 16 anos foram estupradas por integrantes da banda de pagode New Hit, de acordo com informações do delegado Marcelo Cavalcanti, da cidade de Ruy Barbosa.O laudo foi concluído na sexta-feira (31) e divulgado apenas na segunda (3). "O laudo corrobora com as informações prestadas pelas menores. Não vou dar detalhes porque elas são menores", afirmou o delegado responsável.

Denúncia
Nove membros do grupo estão presos desde o dia 26 de agosto, quando as duas adolescentes os denunciaram após show em micareta. Além deles, um policial militar, que trabalhava na segurança do grupo, foi transferido para Coordenadoria de Custódia Provisória (CCP) da PM, localizada no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Ele foi preso suspeito de ter sido conivente com o crime.

Segundo relato das vítimas, elas foram até o trio da banda para pedir autógrafos e tirar fotos com os artistas. Um produtor do grupo teria orientado as garotas a ir para o ônibus da banda, onde denunciaram ter ocorrido a violência sexual. Segundo a polícia, dois integrantes admitiram que fizeram sexo com as adolescentes, porém com consentimento. Os outros negaram que tiveram relação sexual com as garotas.

Os integrantes da New Hit foram transferidos da Delegacia de Ruy Barbosa para o presídio de Feira de Santana, segundo informações do delegado da unidade, Marcelo Cavalcanti.

Ameaças
A coordenadora de polícia de Itaberaba, Maria Clécia, informou na quinta-feira (30) que as mães das meninas disseram, em depoimento, que elas têm sido ameaçadas e estão amedrontadas com toda a situação. A 12ª Coordenadoria de Polícia de Itaberaba é responsável pela delegacia de Ruy Barbosa, e foi na unidade de Itaberaba que as mães das meninas prestaram queixa na tarde de quarta-feira.

Em depoimento, elas disseram que as filhas não estão saindo de casa e recebem ameaças por telefone. "Elas estão assustadas e não estão indo às aulas. Na verdade, nem elas e nem seus parentes (primos e irmãos) não estão indo para a escola, porque foram motivo de chacota no início da semana. As mães relataram que as meninas estão sendo ameaçadas por telefone, através do celular da família. A informação é que a ameaça é feita sempre por vozes femininas", informou a delegada Maria Clécia.

A coordenadora da 12ª Coorpin informou que as meninas se conhecem porque estudam na mesma escola, mas moram em ruas diferentes. "As duas mães disseram que existe um carro estranho que está rondando a casa delas. Estamos investigando para saber se essas ameaças possuem algum tipo de relação com o momento em que elas estão vivendo", disse.

FONTE: G1.com

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