quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vídeo: Seca castiga a região de Irecê, chão em brasa...

População da região de Irecê sofre com a seca na Bahia e o descaso do governo estadual. A seca na Bahia deixou crítica a situação dos municípios baianos atingidos pela estiagem e ganhou visibilidade nacional nos últimos meses. Segundo os dados mais recentes da Defesa Civil da Bahia, 228 cidades decretaram situação de emergência por conta da estiagem, com 2,4 milhões de moradores. Tenho acompanhado atentamente a questão e fico bastante preocupado em ver a demora do governo estadual em apresentar políticas verdadeiramente eficazes para amenizar os problemas da falta d’água em regiões do semiárido baiano. 

A seca é um problema climático, mas a solução não deve ser esperar a chuva, como vem acontecendo. Mais do que recursos, faltam vontade e projetos do Poder Executivo estadual. As benfeitorias do badalado Água para Todos, que, de acordo com a publicidade governista, levou água para milhões de baianos, parecem ainda não ter chegado a quem realmente mais precisa. No último final de semana estive em Irecê e escutei muitas queixas da população com relação à pouca assistência governamental aos lugares afetados pela estiagem. De fato, a reclamação procede. Além dos carros-pipas – pagos com verbas federais, em números sempre inferiores ao da necessidade do sertanejo, nada de muito significativo foi realizado nos últimos cinco anos, mesmo sabendo da escassez de chuvas e do caos no abastecimento que isso poderia acarretar.



Dos 20 municípios que integram essa microrregião, apenas Carfanaum ainda não decretou estado de emergência. A exceção é provisória já que, para onde se olha, a paisagem é desolante: céu azul e terra, muita terra em brasa (veja vídeo acima). A Barragem de Mirorós, responsável pelo abastecimento de água de quase 400 mil pessoas nessa área do estado, passa pelo momento mais crítico desde a sua fundação, em 1984, com menos de 8% do seu volume total de 158 milhões de metros cúbicos.

Há um mês, o fornecimento de água para o Perímetro Irrigado de Mirorós foi suspenso. Agora, os pequenos agricultores que plantam banana no local dependem exclusivamente de poços e cisternas – abertas por conta própria – para manter sua propriedade, o que não assegura mais que 35% da capacidade produtiva.

Nas cidades vizinhas, a exemplo de São Gabriel, Irecê, Central e Canarana, as lavouras de milho, feijão e sisal foram perdidas. A criação de boi e caprinos sobrevive a duras penas com o que restou das palmas. Em Presidente Dutra, conhecida como a capital mundial da Pinha, quase 60% da plantação não resistiu à falta d’água. O problema se torna mais grave porque o período de chuvas terminou em março e só recomeça em outubro.

Quando fui ministro da Integração Nacional, desenvolvi importantes projetos para minimizar os efeitos da seca. Dentre eles, dois se destacam: o da Barragem do Gasparino, em Coronel João Sá, e a liberação do dinheiro para a construção da Adutora de Guanambi. Através do programa Pró-Água, do Governo Federal, viabilizamos para a Bahia as Adutoras de Carfanaum e Jacobina.

Autorizei também a abertura do edital para licitação do Projeto Feijão, que, dentre outras coisas, previa o transporte de água do Rio São Francisco para a Barragem de Mirorós, o que diminuiria substancialmente os transtornos da seca em 14 cidades dessa região.

Contudo, ele foi suspenso porque o governo estadual – em um gesto claramente político – apresentou um outro projeto menos abrangente e mais barato, o da Adutora do São Francisco, que levaria água do Velho Chico para o abastecimento de Irecê e algumas cidades vizinhas.

Com previsão de entrega para o final do ano de 2011, as obras estão apenas na primeira etapa. Segundo fontes oficiais, o novo prazo de conclusão talvez seja janeiro de 2013. Até lá, infelizmente, os moradores que vivem nessas áreas precisarão recorrer à ajuda divina para que o flagelo da seca não acabe com tudo o que conquistaram na vida.

FONTE: Blog do Geddel

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